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Nina

Nina foi muito desejada. Desde cedo em nossa história como casal de iguais, pensávamos em filhos, eu em 3 e o Edu em somente 1, no máximo 2. Sua chegada é fruto de uma adoção consensual onde não sabíamos que ela seria uma linda criança com síndrome de Down, nem mesmo a genitora sabia.

 

Ao chegar ao hospital para conhecê-la já pairava no ar algo de estranho. Fui abordado pelas enfermeiras com frases: sua filha é linda, tão bonitinha… e de fato fui informado pela médica da suspeita da síndrome. Passamos pela surpresa do diagnóstico mas,

sinceramente, não nos abalamos mais do que poucos instantes.

 

Estávamos maravilhados, nossa pequena finalmente tinha chegado, com síndrome ou sem síndrome ela era nossa! Desde aquela manhã fria de setembro os cuidados e preocupações com ela são ligeiramente maiores que seriam se ela não tivesse a

trissomia. Realmente as terapias são muitas, a dieta é diferenciada mas nada que, com amor e dedicação, não seja resolvido.

Nossas famílias a aceitaram de forma extremamente natural, e a sociedade acha algo de outro mundo adotar uma criança com síndrome de Down. Mas não escolhemos nossos filhos, então não escolhemos, não idealizamos, não criamos uma ideia de perfeição. Ela simplesmente nasceu com trissomia 21.

 

E nossa vida tem sido assim: corrida, com muitas terapias, às vezes reflexiva quanto ao futuro. Mas nós vivemos e vivemos melhor depois de Nina. Não deixamos de fazer nada por conta da síndrome de Down. Claro, ajustamos práticas e condutas de modo a

preservar a sua saúde. Nos focamos sempre no que ela faz, no que pode fazer, jamais nas possíveis limitações. Acreditamos sempre só no seu potencial. Então, a mensagem que queremos deixar é que se viva. A Vida é maior que tudo.

 

Anesio e Eduardo

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