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SOBRE FILHOS

Vou te contar uma história.

Quando eu era pequena, dizia que queria ter 8 filhos. Depois cresci, e a maternidade nem me passava pela cabeça. Até conhecer uma pessoa que eu amava tanto que transbordava, e com quem tive vontade de ter uma família. Nossa primeira filha não foi planejada. No dia em que ela nasceu, vivi uma alegria que nunca poderia imaginar possível. Ser mãe ou ser pai é a melhor coisa do mundo! Assim que a vi, decidi que não pararia por ali. Em seguida, e ainda sem planejamento, veio a segunda filha. E o amor só fez crescer. E o trabalho aumentou. E o tempo e o dinheiro diminuíram. Sabia que queria pelo menos mais uma/um filha/o, mas não naquela hora. Por isso, esperamos... A próxima gravidez seria planejada. 

Quando a "hora certa" finalmente chegou, programamos tudo direitinho. Só não combinamos com a “mãe natureza”... Engravidei, e perdi. E ganhei uma enorme dor... Engravidei novamente, no ano seguinte, e nova perda. E uma grande tristeza tomou conta de mim... A vontade de voltar a ser mãe ainda estava lá, mas o medo de sofrer tanto de novo aumentava junto com a minha idade e as estatísticas que apontavam para o aumento da probabilidade de dificuldades na gestação. Ao mesmo tempo, olhava para as minhas meninas e as via crescer e florescer... Tinha certeza de que éramos ótimos pais e que tínhamos mais de nós a dar. 

Engravidei novamente. Nossa terceira filha nasceu, dez anos depois da irmã do meio, para completar nossa família! A onda de amor voltou a nos inundar. Ela chegou ao mundo com um cromossomo a mais no par 21, o que nos trouxe insegurança pela nossa ignorância sobre a síndrome de Down. Passado o susto inicial, nossa filha nos fez enxergar as pessoas com deficiência, que antes eram invisíveis para nós. Com o tempo, a informação e, principalmente, a convivência entendemos que ela era uma criança como qualquer outra. 

Eu sabia que nos Estados Unidos tinha fila de gente esperando pra adotar bebês com síndrome de Down. Lá o esquema de adoção é diferente, feito através de agências. Há anos acompanho uma ONG que faz campanhas de financiamento coletivo pra adoção internacional de crianças com deficiência, a Official Reece's Rainbow FB group. A/o adotante escolhe a criança ou crianças que quer adotar e as pessoas contribuem com as custas.

Em 2016 vi uma campanha linda do Tribunal de Justiça do RS - Deixe o Amor te Surpreender. A historia da Cinthia, do Luciano e do Theo me emocionou muitíssimo. https://www.sul21.com.br/.../conheca-a-historia-do-casal.../ Falei sobre essa campanha com várias pessoas, cheguei a tentar propor que ela fosse lançada nacionalmente, mas o assunto não foi pra frente. 

No começo de 2018 vi uma reportagem na imprensa sobre a adoção da Alice, que tem microcefalia, pela Luciana e o Thiago, http://amaerj.org.br/.../juiz-sergio-ribeiro-conclui.../ no Rio. Prestei mais atenção nos números do Cadastro Nacional de Adoção que mostra que poucos adotantes consideram a adoção de crianças e adolescentes com deficiência, doenças crônicas, de uma etnia diferente da sua, mais velhas ou grupos de irmãos. 

Daí eu pensei, ora, se o Três Vivas para o Bebê ajudou tanta gente que teve filho com síndrome de Down (http://www.movimentodown.org.br/wp-content/uploads/2015/03/00011.jpg) e síndrome de Zika (https://movimentozika.files.wordpress.com/.../3-vivas...), o mesmo tipo de guia pode ajudar quem está pensando em adotar!

 

O que, no fundo, eu queria dizer é que filho é filho! 

Foi aí que nasceu mais esse meu novo "filho", o "Três Vivas para a Adoção", que escrevi à distância por WhatsApp junto com a Fabiana Gadelha. Eu conheci a Fabiana por causa do filho dela, que tem síndrome de Down e nos tornamos amigas. Ela me colocou em contato com a Angaad, que entrou com as informações a respeito da adoção. A história da família da Fabiana e de outras 15 pessoas estão no livro. 

 

"Três Vivas para a Adoção" foi a maneira que encontrei de "adotar" a causa e, quem sabe, fazer com que mais pessoas considerem aumentar a família com estas adoções mais do que necessárias. É a minha forma de contribuir para que se formem mais famílias amorosas, felizes e completas como a minha. 

E pra quem não quer necessariamente adotar, também tem a possibilidade do apadrinhamento afetivo http://g1.globo.com/.../juiz-cria-programa-para-levar...

Patricia Almeida

Jornalista e ativista carioca, co-fundadora do Movimento Down e do Movimento Zika, coordenou os trabalhos para incorporar o dia internacional da Síndrome de Down (21/3) no calendário oficial das Nações Unidas. Mãe da Luiza, da Cecilia e da Amanda, que nasceu com síndrome de Down e membro do conselho da Down Syndrome International, organização com sede no Reino Unido. Mestre em Estudos da Deficiência pela City University of New York, é pesquisadora na área de mídia e deficiência. Criou a Inclusive - Inclusão e Cidadania, agência de Notícias sobre deficiência, a GADIM - Global Alliance for Disability in Media and Entertainment e a Gadim Brasil, que atuam na promoção de pessoas com deficiência na mídia. Idealizadora do projeto Eu Me Protejo, educação para prevenção contra a violência na infância. Recebeu o Prêmio Educação em Direitos Humanos, Orgulho Autista, Neide Castanha e Ordem do Rio Branco. 

PRESS RELEASE

O Cadastro Nacional de Adoção mostra uma realidade que precisa ser mudada. De um lado, mais de 40 mil pais pretendentes a adotar. Do outro, menos de 9 mil filhos possíveis em busca de uma família.

 

Isso se dá porque a maioria das pessoas indica um perfil muito restrito, deixando de fora as crianças reais que estão cadastradas para adoção - maiores de 5 anos, pardas ou negras, com deficiência, doença crônica ou grupos de irmãos.

 

Só que estas, na verdade, são as crianças que mais precisam de uma família carinhosa e cuidadosa.

 

Várias varas da infância e da juventude têm tomado medidas para motivar a adoção de crianças fora do perfil, as chamadas adoções necessárias. Os trâmites são mais rápidos, voluntários e ONGs são convocados a auxiliar na Busca Ativa de famílias para estas crianças e adolescentes.

 

Nosso objetivo com a publicação "Três Vivas para a Adoção" é propor uma reflexão àqueles que têm o desejo de adotar, para promover cada vez mais encontros entre pais e filhos, entre pretendentes a pai e/ou mãe que têm um lar e futuros filhos e filhas à espera de uma família.

 

Além do passo a passo para a adoção, explicações sobre a Busca Ativa e informações sobre os diversos tipos de adoção, também há depoimentos de famílias que se formaram fora do perfil majoritário, de uma coordenadora de instituição de acolhimento, de um juiz e de uma pessoa que foi adotada.

 

O E-book do "Três Vivas para a Adoção" é gratuito e será lançado virtualmente no Dia Nacional da Adoção, 25/5, 14h, na Vara da Infância e da Juventude do DF, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, no XXIII Encontro Nacional de Grupos de Apoio à Adoção (ENAPA) e no V Fórum Nacional de Justiça Protetiva (Fonajup), ambos em Bonito/MS, entre 30/5 e 2/6.

 

A publicação está disponível nos seguintes endereços:

 

Conselho Nacional de Justiça

http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/05/085549ad1ee68b11de13a0e037d6e95b.pdf

 

Movimento Down

http://www.movimentodown.org.br/2018/05/tres-vivas-para-a-adocao/

 

Angaad

http://www.angaad.org.br/3-vivas-para-a-adocao/

 

Inclusive - Inclusão e Cidadania

http://www.inclusive.org.br/arquivos/30962

 

Aconchego – Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária

http://www.aconchegodf.org.br

 

Rede Andi

http://www.andi.org.br/pauta/lancamento-do-guia-tres-vivas-para-adocao

 

Rede Nacional da Primeira Infância

http://primeirainfancia.org.br/lancamento-do-guia-tres-vivas-para-a-adocao/

 

Adoções Necessárias

wwwadocoesnecessarias.org

 

Organizações de apoio à adoção vão solicitar ao governo brasileiro para que proponha a ONU a criação do Dia Mundial da Adoção para dar mais visibilidade à causa nacional e internacionalmente.

 

"Três Vivas para a Adoção" é uma realização do MAIS - Movimento de Ação e Inovação Social (Movimento Down e Movimento Zika), com apoio da Angaad - Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção, Aconchego - Grupo de Apoio à Convivência Familiar e Comunitária, Fundação Ford, ABRAMINJ - Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude e Fonajup - Fórum Nacional de Justiça Protetiva e do Conselho Nacional de Justiça.

CONTATO IMPRENSA: patricia.smalmeida@gmail.com

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